domingo, 13 de novembro de 2016

The Crew o caça níquel da Ubisoft

Fonte: Ubisoft.com

                Em comemoração aos 30 anos, a Ubisoft estará presenteando seus fãs com um game gratuito por mês  considerados lendários pela empresa durante 7 meses. O primeiro foi Prince of Persia The Sands of Time em junho, seguido de Splinter Cell, Rayman Origins, The Crew, Beyond Good & Evil e o mais atual liberado em novembro, Far Cry Blood Dragon.
                É claro que para quem viveu gerações de jogos anteriores jamais se esquecerá do início da trilogia PoP ,Splinter Cell e Beyond! A reinvenção de Rayman levando a franquia de volta as origens, trouxe novamente a magia dos jogos de plataforma para uma nova geração com uma jogabilidade bem parecida com New Super Mario Bros.  Porém multiplataforma. O excelente e inesquecível Far Cry Blood Dragon recria um clima psicodélico dos anos 80 com gráficos de ponta! Mas e o game lançado em Setembro, The Crew, será que é realmente um mito ou tão bom quanto os outros games mencionados? Um marco pode ser considerado, pois foi o primeiro game desse estilo da empresa.
                O jogo de corrida de mundo aberto foi lançando em dezembro de 2014 e lembra muito o estilo de Need for Speed Underground 2, com tunnings exagerados e uma jogabilidade estilo arcade. O mapa usado é o dos EUA, com 10.000 km para serem explorados, contendo segredos como peças que formam carros especiais, antenas que facilitam a busca por itens e outros corredores online, que podem ser desafiados para um racha ou ser convidados para uma partida online.
Mapa EUA The Crew
Fonte: Acervo Pessoal

As personalizações possuem estilos próprios propiciados por cada carro, por exemplo, dá para fazer um Camaro estilo street, raid(rally) ou performance(corrida), já o clássico Lamborghini Myura, só dá upgrade para o modo performance.
Camaro Raid 
Fonte: Acervo Pessoal

O modo história é interessante, mas enjoativo; quando o irmão de Alex Taylor é morto, Alex com auxilio das autoridades começa a se infiltrar nas facções criminosas envolvidas com vários delitos para chegar até o assassino. Quanto mais o jogador evolui e cumpre as metas do modo história, novos upgrades de desempenho para os carros são liberados, porém de uma forma estranha, por exemplo, ao ganhar um novo escapamento, uma roleta é disparada e de forma aleatória, um novo ganho será acrescentado ao carro ou armazenado, o problema é que esse ganho pode vir a ser na suspensão ou freio! Estranho um escapamento trazer melhor frenagem dirigibilidade não. Aos poucos a repetição de missões vai ficando chata e refazer as corridas para ganhar os melhores upgrades para o carro se torna um martírio.
         Os gráficos do jogo na versão de PC não são os mais bonitos já criados, mas apresentam um nível de detalhe interessante tanto nos carros quanto no cenário que variam de calmas fazendas a grandes metrópoles com trânsito infernal.
Fonte: Acervo Pessoal

          A trilha sonora é legal e possui músicas que empolgam. Como nos GTA’s mais atuais, há uma seleção de estilo através de rádios. Os efeitos sonoros são bons e enganam bem a mente dos apaixonados por carros tunados.
        Outro modo interessante é o Fotografia, parecido com o de Gran Turismo, o jogador pode dirigir-se a um local desejado, posicionar o carro, acrescentar efeitos e tirar um belo print da sua caranga.
Apesar da logo que pode ser colocada no modo Foto, a versão gratuita não é a Wild Run
Fonte: Acervo Pessoal

               Referindo-se a versão de PC, o game infelizmente possui inúmeros defeitos e bugs irritantes que faz boa parte das suas qualidades serem esquecidas! Mal programado, são poucos os computadores gamers que conseguem manter os 60FPS, que a propósito, é seu limite.
                Mesmo com um processador Core i7 3930k@4.3GHz, 16GB@1866MHz e 2x R9 290x o game apresenta lags irritantes quando muitos elementos estão na tela. Limitado a 60FPS ou 30FPS, uma queda de 4 ou 5 FPS é o suficiente para se perder a precisão da pilotagem! Vale ressaltar que o problema não é resolvido baixando a qualidade dos gráficos. O suporte as tecnologias mesmo de sua época, são limitados, para se ter ideia, somente 2 anos após seu lançamento o jogo passou a dar suporte para CrossfireX graças a AMD por atualizar seus drivers e melhorar em pelo menos 60% a qualidade e suporte ao jogo. Os outros 40% ficam ainda pelas leves e irritantes quedas de FPS e a falta de suporte aos modos de anti serrilhamento, que honestamente é ridículo! Ao colocar qualquer modo que seja MSAA com a configuração citada, uma espécie de sombra aparece e tudo fica injogável, não por queda de FPS, mas por problemas gráficos horripilantes. 

4xMSAA 
Fonte: Acervo Pessoal

FXAA 
Fonte: Acervo Pessoal

                A versão liberada pela Ubisoft não é a Wild Run, o que dá uma sensação de incompleto ao game, pois parte dos recursos não são acessíveis caso a DLC não seja comprada. Por falar em compras, o jogo até parece um caça níquel, grande parte dos carros só ficam jogáveis se forem comprados com dinheiro real e o mais chato é que com R$5,00, um dos melhores carros já pode ser adquirido nos primeiros minutos de jogatina, nada de se horrorizar nos tempos atuais onde, as micro transações dominam.
             O erro da Ubisoft em considerar The Crew um clássico da produtora fica mais visível quando se pensa no que foi escolhido e liberado de forma gratuita, fugindo da premissa. Por que no meio de tantos jogos que marcaram época e revolucionaram de alguma forma, um jogo tão mal otimizado e criticado seria dado como presente para seus admiradores? Simples, segue-se o conceito dar para receber em troca: pegue The Crew, aprenda a gostar, sinta prazer em ter carros exclusivos, pague pela DLC, pague por carros e seja melhor que seu parceiro! Pague para ser melhor independente da sua habilidade (apesar de não precisar ser nenhum Senna para dominar qualquer carro do jogo)! Pague, pague, pague! Compre, compre, compre! Esse só pode ser o objetivo da Ubisoft com essa atitude, porque o jogo não vale os R$5,00 do carro ostentação que pode ser comprado para esbanjar para os seus colegas jogadores, que mesmo possuindo um bom PC, podem correr o risco de nem abrir o game e perderem tempo baixando 20GB.
             No geral não passa de mais um de corrida arcade, que falha na ideia de ser um RPG online de corrida com gráficos intermediários, jogabilidade enjoativa e bons efeitos sonoros. As poucas qualidades são encobertas pelo péssimo serviço na versão de PC da Ivory Tower que mesmo com assistência da Ubisoft Reflections não conseguiu ter bons resultados. Não é que tudo esteja perdido, os fãs de NFS poderão ter algumas horas de diversão, mas a Ubisoft erra feio ao comparar The Crew com jogos que marcaram época. Na realidade, ganhar o game é uma coisa, agora pagar R$80,00 por um jogo que até parece beta, não dá!                             
           Link da loja oficial Ubisoft The Crew.

                 

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Athlon "inovação" 64

Fonte: clubedohardware.com.br

      Final de 2003, a AMD apresenta sua nova e aguardada plataforma conhecida como Hammer e popularizada como K8. Integrando em seus novos processadores instruções de cálculo de 64 bits o que eleva de 4.294.967.295 bits  para 18.446.744.073.709.551.616 bits  a capacidade de armazenamento e manipulação de dados! Um salto considerável principalmente para  a quantidade de memória RAM antes, limitada a 4GB. A AMD já usava as instruções x64 em sua linha de processadores corporativos, mas inovava trazendo um novo padrão para os desktops.
        Outra tecnologia  que estreava nos computadores de mesa nessa plataforma era a junção da controladora de memória RAM ao processador, antes essa controladora ficava no chipset norte, contido nas placas mães. Usando um canal de comunicação (single-channel) e acessando a memória a 64bits (3200MB/s), essa controladora interna além de diminuir o custo e latência da plataforma K8, usava o máximo das memórias DDR 400MHz, desafogando o novo canal de comunicação chamado de Hyper Transport, usado para acessar o restante dos controladores, assim seria necessário somente um chipset.
Seu novo soquete, com 754 pinos substituía o Soquete A (462). O designer facilitava absurdamente a montagem dos novos coolers, que não tinham mais o antigo “degrau” do soquete A, tendo sua base uniforme e retirando a necessidade de se utilizar qualquer tipo de instrumento ou chave para fixação perfeita, tendo uma trava de pressão que forçava sua superfície de dissipação ao processador.
Mas a inovação não terminava por ai, com a tecnologia Cool'n'Quiet  a AMD mostrou como economizar energia baixando o clock externo do processador, consequentemente diminuia a geração de calor quando o mesmo está em modo iddle e para finalizar  algumas outras instruções multimídias também foram adicionadas ou atualizadas para reforçar essa inovadora plataforma.
Era normal ouvir-se falar de valores das taxas de transferências do Athlon 64 K8 em 6400MB/s erroneamente, esse valor real foi atingido depois, mas na verdade a arquitetura K8 utilizava dois barramentos de comunicação: o primeiro, que comunicava a memória RAM ao núcleo, internamente,  esse acesso era feito à 3200MB/s independente da placa mãe, o segundo: o Hyper Transport, altamente influenciado pela placa mãe, poderia operar a frequências bem mais baixas dependendo do chipset. Nas placas mães mais simples, sua freqüência ficava em 100MHz ou 400MB/s, sendo um gargalo imenso para essa linha de processadores single-core. 
Mas até que ponto uma arquitetura com 13 anos, apesar de inovadora, se sairia na atualidade?
        O exemplar em questão dessa primeira geração é um Athlon 64 3200+ que possui um clock padrão de  2.2GHz. Na hierarquia dos Athlon 64 754, ele é literalmente o intermediário de sua geração.
A placa mãe que será usada para os testes é uma gigante Asus K8N, com chipset Nforce 3 250. Offboard, apesar da limitação das memórias, era uma boa opção para os lendários K8, possui um slot de expansão AGP 8x  e 5 pci, além de um excelente codec de áudio integrado Realteck AC97 com suporte a 8 canais de áudio, além de uma entrada coaxial! A placa suporta também 3GB de memória DDR 333 MHz em single channel e duas portas SATA com suporte para RAID.

Configuração:
  •   Athlon 64 3200+ @2.2GHz, Hyper Transport 3200MB/s
  •   Placa mãe Asus K8N
  •   VGA AGP 8x Geforce 6200 512MB@64bit
  •   RAM: 2x1 Kingston DDR@333MHz.
  •   HD SATA Samsung 80GB@7200RPM
  •   Fonte 450W reais.
  •   Windows 7 Ultimate x64.
           A figura abaixo prova todas as configurações mencionadas.    
    
Fonte: Acervo Pessoal

       A primeira impressão foi a mesma do Pentium 4 EE, a falta de recursos atuais não dá suporte oficial ao Windows 8/8.1/10, limitando-o ao Windows 7 porém com suporte a 64 bits.
       Alguns drivers  não foram reconhecidos automaticamente pelo Windows 7 Ultimate x64 e obviamente, a fabricante Asus não dá mais suporte para esse placa mãe, sendo um deles o de áudio. Com uma rápida pesquisa pelo Software Aida64, descobriu-se que a controladora é uma AC97 e pelo próprio site da Realtek , conseguiu-se fazer download dos arquivos  necessário e o áudio funcionou perfeitamente, porém haviam ainda 2 “dispositivos desconhecidos”, uma porta de áudio MIDI e uma game port da Nvidia, que ao forçar uma instalação através do modo de compatibilidade causou instabilidade no SO que teve de ser reinstalado. Na versão x86, os drivers conseguiram ser instalados, porém, devido ao suporte de 64 bits e sabendo que isso não iria interferir no desempenho final, optou-se pela versão x64.              
         Quando aberto o navegador Google Chrome 54.0.2840.71 com duas abas, uma com o site www.globo.com e a outra www.lancenet.com.br o uso da CPU, monitorada pelo “monitor de recursos do Windows” ficou oscilando entre 94% a 100%. Assistir vídeos no Youtube em HD é uma tarefa complicada para esse kit.
         Processar  filmes e vídeos em alta resolução é uma tarefa corriqueira para qualquer processador atual, até mesmo para dispositivos de baixo desempenho e baixo consumo energético tem por obrigação rodar com qualidade filmes em 1080p. Em 2003 não era assim, mas será que esse Athlon conseguiria executar com qualidade um episódio do anime Dragon Ball Super em 1080p sem maiores engasgos?
       Utilizando o player VLC 2.2.4, o resultado foi péssimo, com estouro de pixels e CPU quase sempre cravada nos 100%.
      Já com o Media Player Classic, o vídeo ficou “assistível”, sem estouros ou falta de sincronismo, porém a CPU oscilou entre 82% e 100%. 

MPC Fonte: Acervo Pessoal

VLC Fonte: Acervo Pessoal

       Para ter-se uma métrica sem muitas prolongas, alguns programas mais básicos de benchmark foram escolhidos para ser feito uma rápida medição de seu desempenho.
       São eles:
  • CPU-Z Bench CPU
  • CPU-Z Stress CPU
  • Super PI 1.9 WP

        Utilizando o CPU-Z Bench CPU, tem-se uma nota de 356 no modo Single Thread e 321 no modo Multi Thread, ou seja, baixo para os padrões atuais.

Fonte: Acervo Pessoal
        O Stress CPU também do CPU-Z juntamente com o Aida64, foi usado para estressar o processador fazendo-o trabalhar constantemente em 100% de uso para medir sua temperatura. O resultado depois de 5 minutos de estresse supremo foi de 55º no núcleo e 47º no processador em geral,  em iddle manteve  a média de 41º Celsius com o seu cooler box padrão.



 Fonte: Acervo Pessoal

        No Super PI 1.9 WP de 1MB, ele demorou, por volta de 45 segundos para efetuar o cálculo.

Fonte: Acervo Pessoal

      De fato, um teste deveria ser feito com um game popular, e mais uma vez foi o escolhido o League of Legend. Vale ressaltar que aqui, a placa de vídeo poderá surtir efeitos negativos.
         Com a configuração do teste e os gráficos no mínimo possível, resolução de 800x600, limitador de fps e qualquer outra opção avançada desativada, não houve qualidade ao jogar, os frames em áreas abertas ficaram entre 47 e 37 fps mas o problema começa quando há muitos elementos, ou seja, nas batalhas! Manteve-se uma média de 10 a 17 fps.  Uma miséria!

Fonte: Acervo Pessoal

 Fonte: Acervo Pessoal

        O tempo ruge para esse exemplar! Assim como o Pentium 4 EE, esse processador já está  muito ultrapassado. Apesar de inovadora em 2003, a plataforma K8 oficialmente não dava suporte a pci-express ou memórias com maiores clocks como a da Intel. A falta do dual-channel não parece afetar essa arquitetura bem otimizada para a sua época. O suporte a instruções de 64bits, o Hyper Transport e a controladora de memória integrada revolucionaram o conceito de CPU, levando-se em conta que hoje, a maioria dos processadores possuem esse tipo de tecnologia e vem agregando cada vez mais  a si, como por exemplo a controladora de vídeo. Esse artigo juntamente com o outro, mostra como Intel e AMD buscavam soluções diferentes para ganhos computacionais, cada uma com suas crenças. Na realidade a junção de ambos estudos se tornaram o que tem-se hoje. 
       Vale ressaltar  que o custo de um Atlhon 64 3200+ era de $417,00 em seu lançamento, com desempenho muito próximo e talvez até superior ao  Pentium 4 Extreme Edition ES 3.4GHz do artigo anterior além de consumir 89W à 1.5V! 20W a menos que o P4 EE.  Esse processador mesmo sendo considerado de uma categoria intermediária, fez bonito em sua época, mas atualmente apesar das inovações, características  como memórias DDR1 e slot AGP, matam a plataforma. Vantagem para sua época, porém problemático atualmente, é praticamente impossível achar peças em bom estado para  um upgrade, deixando-o nesse quesito, um paço atrás do Pentium 4 EE que já possui em sua plataforma PCI-Express e DDR2.  Talvez com uma placa de vídeo AGP melhor, ele conseguiria rodar LoL de forma mais satisfatória.
       Outra informação interessante que pode-se provar vendo os dois artigos é que o jogo LoL não exige um grande processador nem placa de vídeo cara para que seja jogado acima dos 30 FPS, pois principalmente o Pentium 4, com 13 anos de uso e uma Geforce 6800XT foi o suficiente para manter uma boa média, apesar disso já ser óbvio para muitos, é raro algum review utilizando processadores tão antigos e single-core.